Este soneto, publicado na categoria “”Outras” deste Blog, é dedicado com o grau máximo do meu carinho, a uma pessoa que se encontra algures no norte de Portugal. Entre ambos existiu uma simbiose quase perfeita, mística, irreconhecível, excelsa, aparentemente incomparável, e que a vida não conseguiu unir no momento crucial, deixando a esperança para uma vida quiçá sobrenatural, à qual se ascenderá no momento em que a Providência determinar.
Relativamente à primeira estrofe do soneto que segue, destaca-se com especial relevo a policemia do texto.
No segundo parágrafo, destaca-se a antítse entre os quatro versos.
E no fundo persiste o mais enlevado dos sentimentos, sobre o qual nem todos teremos a adequada vivência por infortúnio da própria vida.
Previamente referem-se breves notas:
Ausente d´alma, significa afastada do amado(a);
Morte, é a morte espiritual, motivada pela ausência, significando nalguns casos a morte física.
EI-LO:
Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura sorte,
De que nasce tardar-me tanto a morte,
Se ausente d´alma estou, que me dá vida?
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Não quero sem Silvano já ter vida,
Pois tudo sem Silvano é viva morte;
Já que se foi Silvano venha a morte,
Perca-se por Silvano a minha vida.
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Ah! Suspirado ausente, se esta morte
Não te obriga a querer vir dar-me vida,
Como não me vem dar a mesma morte?
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Mas se n´alma consiste a própria vida,
Bem sei que não me tarda tanto a morte
Que é porque sinta a morte de tal vida.
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(Poetisa anónima)