Aliança Atlântica

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 EUROCOMUNISMO?!!! – 1978

Em 16 de Maio de 1978, no período de governo do primeiro ministro Mário Soares, este decide dissertar sobre o tema “Existe Eurocomunismo?”

Pouco tempo passava, sobrevindo ao 25 de Abril de 1974, e o PM inicia o seu discurso com uma retratação falsa do que era a economia, a política, a sociedade e as finanças portuguesas, para passar de imediato à crítica da ocupação das ex-colónias, designadamente Angola, Moçambique e Guiné.

Faz uma noção errada do eurocomunismo, começando por elogiar as teorias marxistas-leninistas, já então seguidas por determinados países europeus, para tecer grandes críticas ao partido comunista português, considerando-o, encabeçado pelo Álvaro Cunhal, como o verdadeiro seguidor das práticas soviéticas.

Não dá uma definição do eurocomunismo, pretendendo deixar à disposição do leitor a ilação que considere mais pertinente para interpretar a cognominada corrente. No entanto, preocupa-se em dizer o que não estava subjacente a tal corrente….

Reconhece que as opiniões não são unívocas, mas não sabe se se trata de uma nova corrente, de uma tática comunista ou de um comunismo renovado desde 1921 ou da sua reorganização em 1941. Duma coisa não abdica: o eurocominismo é uma seita com ideologias comuns, mas que provém de regimes totalistas, que anteriormente criticavam as liberdades burguesas e formais, e que em 1978, já as consideravam imprescindíveis às massas populares.

Seguidamente já vem a reconhecer o direito da existência de ideologias comunistas adaptadas à realidade social do país em que se insere. E acrescenta que nenhum partido comunista, excluindo o espanhol, se conseguiu liberar das ideias leninistas e estalinistas.

Demonstrou claramente o discurso da ascensão democrática do partido comunista ao governo se vir a converter num autêntico totalitarismo.

Ora, hoje existe o verdadeiro fascismo: nunca o ser humano foi tão erradamente controlado e a personagem em questão foi a que deu o maior contributo nesse sentido, locupletando-se a si e aos seus com snobismo, e negligenciando todos os restantes.

Nas situações que o partido comunista considera e considerava a pedra angular da sua ideologia, o PM derrogava a sua existência, consumando-se o seu receio de totalitarismo por aquilo que ele dizia não existir, mas onde o comunismo centrava no fundo a sua génese e princípios humanistas e igualitários.

Disse ainda claramente, que estava de acordo com o ministro dos negócios estrangeiros britânico, quando afirmava que os países onde ascendessem ao governo partidos comunistas, não deveriam integrar a NATO e a CEE – ora, a generalidade das pessoas concordará que este foi exatamente o nosso mal: se o partido comunista português tivesse ganho as legislativas, não teríamos a NATO nem a CEE. Logo, estaríamos em circunstâncias bem diferentes das atuais, com a vida bem mais facilitada – o Mário Soares estava exatamente a ver as coisas pelo prisma certo, que se adaptariam ao nosso país, mas nunca pensou em nós, a NÃO SER DEMASIADAMENTE NELE PRÓPRIO!!!…

Para além disso, não poderá ficar omitida a observação da ignorância que o mesmo revelou, trazendo à colação um tema que em nada se coadunava com os propósitos do seminário subordinado ao tema do Tratado do Atlântico.

SEGUE O DISCURSO DIGITALIZADO NA ÍNTEGRA:

Sobre António Maria Barbosa Soares da Rocha

António Maria Barbosa Soares da Rocha
EM TERMOS ACADÉMICOS, o autor obteve o grau de Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca, nas áreas do Direito Administrativo, Financeiro e Processual - programa de doutorado "Administração, Finanças e Justiça, no Estado Social", com a tese subordinada ao tema «O representante da Fazenda Pública no processo tributário - Enquadramento Institucional e Regime Jurídico». Como investigador, defendeu temas científicos em universidades de renome, designadamente no I Congresso de Investigadores Lusófonos e no I Congresso de Derecho Transnacional. Consagrou-se Mestre pela Universidade Católica, na área do Mestrado Geral em Direito, com a defesa da tese subordinada ao tema «Oposição Vs Impugnação Judicial», publicada pela editora daquela Universidade em Portugal e Brasil. Terminou a licenciatura em direito na Universidade Lusófona, embora a tivesse iniciado na Universidade de Coimbra, onde concluíra o 2.º ano do curso. NO ÂMBITO PROFISSIONAL, exerce a atividade de JURISCONSULTO, é blogger, youtuber, e autor das obras com edições continuadas “Oposição Vs Impugnação Judicial”, “O Essencial sobre o Arrendamento Urbano”, “Minutas e Formulários - Anotados e Comentados”, “A Demanda e a Defesa nas Execuções Cíveis e Fiscais”, "Manual do Regime Jurídico do Arrendamento - A Narrativa, a Ciência, o Pragmatismo e o Pleito, no Arrendamento, e "O representante da Fazenda Pública no processo tributário - Enquadramento Institucional e Regime Jurídico". O autor tem uma experiência superior a 30 anos como funcionário da Autoridade Tributária, passando por todas as metamorfoses da carreira até ocupar funções que se coadunam essencialmente com o direito. Em período precedente estivera ligado ao setor das telecomunicações, e de forma mais acentuada à mediação e direito dos seguros. NO CAMPO DESPORTIVO, é praticante de Karate Goju-Ryu e treinador reconhecido pelo IPDJ. Embora tenha iniciado essa prática com referência à linha do Mestre Taiji Kase, viria a ser consagrado cinto negro na vertente de Karate Shotokan pelo Mestre Hirokazu Kanazawa em 1999, e posteriormente, pelo estilo que ora pratica, da linha Okinawa Goju-Ryu Karatedo Kyokai.

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