DE: Margarida Jorge Barbosa
Meus amigos:
Trabalho no privado e ganho 475€ na folha de ordenado e por “baixo da
… mesa” recebo da Empresa onde trabalho mais 1200€ em papel-moeda.
Tenho direito a automóvel da Empresa de alta cilindrada e envelopes
mensais recheados com 300 € para gasóleo.
Tenho ainda direito a almoço completo no bar da Empresa com grande
variedade e qualidade pagando apenas uma senha no montante de 1 € por
dia.
Quando vou à Caixa de Previdência, marcar uma consulta estou isento de
taxa moderadora, porque na minha folha de ordenado apenas aparecem os
400€.
Esta é a realidade de milhares de trabalhadores portugueses!A minha esposa que tirou um curso superior, trabalha na função pública
com horário oficial das 09 às 17h. Nunca consegue sair antes das
19:30 horas, sem ganhar um cêntimo que seja, dado que do quadro de 6
funcionários 3 foram aposentados e não foi colocado mais nenhum!
Ganha 800 €uros, já com subsídio de refeição incluído, desconta
mensalmente 150€ de I.R.S; 50€ para a Caixa Geral de Aposentações, 25€
para a ADSE, 10€ para uma verba que se destina ao pagamento futuro do
funeral (comum a todos os funcionários públicos), e outros mais
descontos que não me lembro.
Feitos os descontos fica com 565€ “limpos”, dos quais ainda retira 58€
mensais para o passe e gasta cerca de 5€ diários para almoçar de pé ao
balcão de um café.
Trabalha num Edifício público degradado, a manusear pastas de
documentos cheias de pó onde circulam baratas ratos e outras pragas, e
com computadores e sistemas informáticos do século passado, sempre a
encravar. Atende dezenas de cidadãos por dia portadores das mais
diversas doenças infecto- contagiosas e tem a seu cargo assuntos de muita responsabilidade.
Há dois anos que o Sócrates lhe congelou o ordenado e não preenche o
quadro de pessoal, no entanto, os inspectores do serviço, aparecem a
cada passo em cena, de forma prepotente a dizer que o trabalho devia
estar mais em dia!
Quando a minha esposa vai à Caixa de Previdência marcar uma consulta
paga taxa moderadora.
Se for a um médico da ADSE de descontos obrigatórios, paga a
totalidade da consulta, e largos meses depois, recebe uma pequena
percentagem do que pagou.
Todos os dias no serviço “ouve bocas” dos utentes contra a função
pública, que imaginam ser um “mar de rosas”.E vocês, gostariam de ser funcionários públicos? Eles é que são os
parvos que pagam os impostos na totalidade e sustentam o país!
É claro que eu com o que ganho por fora, comprei um seguro de saúde a
uma Companhia de Seguros, e vou aos médicos que quero!
Sou um “coitadinho” do privado que só ganho oficialmente 400€, tinha
direito a isenção de taxa moderadora, mas mesmo assim não estava para
esperar 6 anos por uma consulta, que com a saúde não se brinca!
Quando a minha esposa chega a casa vem exausta de um trabalho, que se
fosse num privado, aparecia o IDICT e a ASAE e encerravam de
imediato a porta por falta de condições!
Não sei quem escreveu este texto, mas aplaudo a sua coragem, por expor
grandes verdades da nossa realidade…
Digo mais, quando disserem que a “corja de Funcionários Públicos” merece
ter os salários congelados e ficar sem 13º mês…lembrem-se que os
Funcionários Públicos que atacam, são:
Os polícias que vos protegem, os médicos e enfermeiros que vos tratam,
bem como os auxiliares que vos assistem; os professores que ensinam
os vossos filhos, os funcionários administrativos que tratam dos
vossos papéis para os mais diversos fins. Os trabalhadores que
recolhem os lixos que produzem diariamente e etc, etc….os militares
que morreram por vós…
(MEU)É assim que trabalham os funcionários da construção civil nas zonas de Cinfães, Castelo de Paiva e Marco de Canaveses (especialmente em Baião).
Toda a gente sabe isto – a Segurança Social, as Finanças, a Justiça/Injustiça e EU.
Assumo a coragem “restrita” de quem exarou o texto mas não o subscreveu. Mas eu assumo, e, naturalmente, serei mais detalhado, conciso, apesar de ampliar o objecto
O trabalhador anda sob a ilusão de levar mais dinheiro para casa, mas não trabalha para o bem comum, prejudica a sua reforma e faz enriquecer cada vez mais o patrão.
Os antigos mestres d´obras, andavam de motorizada de “arregaça”, e faleceram deixando por força das circunstâncias mais património do que deixaria um empregado…Hoje, não há mestres; há falsos gestores, que compram carros caríssimos, têm vivendas incomparáveis, habitação secundária e uma infinidade de gastos supérfluos, designadamente com esposas e filhos.
Mais ainda: alguns divorciam-se, continuam em união de facto, apenas para as esposas receberem o rendimento mínimo. Como conseguem compactuar com isto os serviços sociais e as autarquias locais, especialmente as Juntas de freguesia?!!!!!!!!!!!!!!
JÁ SEI – talvez nunca chegue a ter salvação terrena por trabalhar e falar demais. O crime está sempre à espreita, MAS AS SANÇÕES SÃO VÍRUS QUE POR VEZES APANHAM INOCENTES E DEIXAM DE FORA OS CULPADOS.